quarta-feira, 19 de março de 2008

Invasão do Iraque - cinco anos: país carece de trabalho, esperança e futuro


19/03/2008 - 00h06
Ángeles Espinosa
Do El País
Enviada especial a Bagdá

A vida de Hazim al M. desmoronou com seu país. Esse iraquiano empreendedor, que há cinco anos via finalmente decolar seu pequeno comércio de sanitários, agora passa as manhãs sentado em um café de Hay al Darag, com o olhar perdido e o chá esfriando sobre a mesa. "Não vou ficar em casa como uma mulher", justifica. A impossibilidade de ganhar remuneração suficiente para manter sua esposa e seu filho é a última das humilhações em uma sociedade ainda profundamente patriarcal. Pelo menos 60% da população ativa se encontram desempregados. Mesmo com as recentes melhoras na segurança, a destruição do tecido social deixou os iraquianos desamparados.

"Inclusive depois da invasão eu consegui alguns contratos para instalar banheiros em clínicas aqui em Bagdá e em Diyala, mas logo depois chegaram as coações", afirma com amargura. Mas foi o atentado contra a mesquita de Samarra em 2006 que acabou de enterrar suas esperanças. "A vida parou", lembra. "Tive de fechar a loja em Al Kifah por medo de ser seqüestrado. Vários vizinhos me advertiram que o Exército do Mahdi tinha levado outro comerciante e só o libertou depois que sua família pagou US$ 80 mil. Não fui o único. Três foram para o norte e outro para o Egito."

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